segunda-feira, 3 de setembro de 2007

ALCOA EM JURUTI


O município de Juruti em meados de 2006 passou a sofrer os reflexos do projeto Juruti, implantado pela empresa Norte Americana de exploração mineral, Alcoa. Foi a partir desse período que atraídos pelas perspectivas de emprego e de negócios comerciais aquecidos, inúmeras pessoas migraram para a mais nova terra da bauxita. Comerciantes que pela inovação de ofertar seus produtos ou pela crescente demanda consumidora se saíram muito bem em Juruti, geram novos empregos na cidade e Parcial da frente de Juruti garantem um olhar positivo para o recém-projeto e para conjuntura vigente no município ocasionando uma credibilidade a implantação da multinacional em solo jurutiense.
Por outro lado muita gente que veio para Juruti em função da notícia alvissareira, ao chegar na terra que seria “prometida” onde corria leite e mel acabou se deparando com a dura realidade de não ser introduzido no mercado de trabalho, o golpe maior tem sido para pais de famílias do próprio município que viam na implantação desse projeto a panacéia dos problemas principalmente os econômicos, com emprego farto e a facilidade de ganhar dinheiro, no entanto esbarraram na falta de mão de obra qualificada, documentação e outros. Assim em Juruti desponta uma convulsão cultural com pessoas vindas das mais diversas plagas e que passaram a conviver com os jurutienses. Milhares de empregos foram gerados, principalmente nas empresas contratadas pela Alcoa mas ainda são pouco para a demanda que engrossam filas nas portas destas em busca de uma colocação no mercado de trabalho.
Um fato a princípio positivo foi o aumento na arrecadação de impostos no município principalmente o issqn que faz de Juruti um município caminhando para ser considerado rico, há especulação que só no mês de Julho de 2007 os repasses aos cofres da Prefeitura por parte das empresas chegaram a mais de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) valor invejado por muitos municípios que vivem apenas do modesto repasse constitucional da União e Estados nesse itinerário se calcula que até o final do ano os repasses efetuados pelas empresas ao tesouro municipal se triplicarão com relação ao repasses constitucionais do mesmo período.
Vale sempre lembrar que quando falamos de impactos ou reflexos inerentes a implantação do projeto Juruti os mesmos podem ser benéficos ou maléficos depende do ângulo que são analisados.





A reflexão sobre o assunto.




O fato que deveria ser perceptível pelos jurutiênses natos é que o Município passa por uma profunda transformação e que talvez por estar tão próxima e tão presente de nós, boa parte dos moradores assistem essa metamorfose sem se dar conta dos efeitos protagonizado pelo projeto Juruti. A partir deste pensamento vamos usar um exemplo simplório para ilustrar no mínimo a iminência desses fatos. Algum tempo atrás andar nas ruas de Juruti em determinados locais víamos grupos de ébrios, há quem os caracterizassem como “pés inchados” alguns são figuras conhecidas da população e estes reuniam-se em determinados logradouros para ingerir bebida alcoólica, conversar sobre suas proezas enfim viver nesse mundo que eles escolheram para ocupar seus tempos, essas mesmas pessoas sempre aproveitam o momento em que alguém conhecido passa no local, para pedir “um real” para interar a manguaça e assim era o olhar que a comunidade tinha para com aqueles paroleiros, esse pedido de dinheiro, pelo menos nunca foi do meu conhecimento de que tenha sido feito com violência. Porem o estigma de exclusão ou preconceito não era conotativo a eles e até a possibilidade de uma conversa com os mesmos, não era descartada nem muito menos a perspectiva de um ou outro sair daquela situação de vida, aquele que seria um outro momento da história de juruti. No entanto hoje, os ébrios continuam, ocupando aqueles ou outros logradouros com as mesmas histórias, proezas etc. porem o corre-corre do dia-a-dia a luta pela sobrevivência a cidade que já amanhece trabalhando os homens e mulheres de capacetes e jalecos diferentes indo e vindo, a agitação em que vivemos o cuidado com o transito enfim com a agonia do nosso cotidiano; será que ainda nos deixam olhar com a mesma ótica que tínhamos antes com relação àqueles compatriotas nossos? Ou os olhamos como meros mendigos? Ou parte marginalizada da sociedade? O que reflexão temos feito com relação a esta mudança ao vê-los, medo ou insegurança quando nos deparamos com essa situação. É uma incógnita, mas ninguém melhor que nosso leitor para fazer está análise. Será mesquinho da minha parte se pensar que ainda tenho a mesma concepção desses fatos antes e depois ou não estamos percebendo o quanto estamos mudando também.
Um outro dilema evidenciado em nosso município e que está conexo a implantação do Projeto Juruti, são os volumes de recursos arrecadados pelo poder público Municipal a partir da chegada das empresas hoje instaladas em Juruti. A tendência é que pelo menos nesta fase de implantação durante o ano todo, os valores repassados por essas empresas à prefeitura sejam de três a cinco vezes maiores que o dinheiro repassado pelos fundos constitucionais ao município. Daí, uma profunda reflexão que deve ser feita! E na condição de “profunda” vamos então avaliar algumas razões para acharmos uma resposta coerente a argüição que se sobrepõe a nós. Quando formado nosso sistema de governo e aqui tratamos exclusivamente do municipal temos uma pessoa ordenadora de despesas, gastos e arrecadação este e o gerenciador das metas, objetivos e responsável pelo sistema social como um todo da jurisdição que governa, porem quando temos uma riqueza tão valiosa caso da bauxita que será extraída de nosso subsolo e que gera divisa suficiente para alavancar os mais diferenciados setores sociais, passamos então a exigir que de posse desse dinheiro as obras, projetos, programas aconteçam a contento da sociedade. Mas é o que vemos em Juruti? Vamos então analisar que o projeto fosse implantado e que ao contrário de termos os recursos pagos em impostos a prefeitura, fossem pagos ao real dono da terra de onde está se retirando a matéria mineral, se hoje esses recursos não retornarem de alguma forma aos donos dessas terras certamente estes estão sofrendo um prejuízo sem precedentes, partindo do pressuposto que outros alheios a esta terra é que estão usufruindo desse recurso. Remetemo-nos a pensar que o verdadeiro dono está sendo lesado em seus direitos. Então agora vemos este dinheiro como luxuria de uns e miséria de outros, mas nosso sistema jurídico seria a solução para esse problema, não literalmente neste caso quando falamos do dono da terra usurpado no seu direito. Então temos em xeque um princípio básico do nosso sistema, o de governo. Talvez esta situação nos faça refletir sobre o anacronismo de certa forma benéfica se esse dono desse mesmo solo vivesse no sistema feudal, e nós não queremos voltar ao passado! Mas os reais proprietários da bauxita quem sabe não prefeririam assim.
Então não tivemos uma resposta convincente a nossa argüição quanto ao montante de dinheiro que entra nos nossos cofres públicos, vamos então pensar que a sociedade como um todo deveria se encarregar de gerenciar esse dinheiro e para esse propósito não temos como não nos utilizarmos do que propus o suíço Jean-Jacques Rousseau na sua obra do contrato social quando do pacto social, para ele era necessário achar uma forma de sociedade que defendesse e protegesse com toda força comum a pessoa e os bens de cada sócio, e pela qual unindo-se cada um a todos, ninguém pudesse obedecer senão a si mesmo e fosse sempre livre. Assim ele acreditava que esse sistema resultaria no contrato social. Mas está comprovado que a forma de exercer o socialismo especificamente pregada por Karl Marx fracassou no curso da história e essa não é uma questão que queremos tratar neste momento, mas seria mais proveitoso que a sociedade Jurutiense pudesse participar das decisões quando se trata de direcionar um recurso que é do povo. Principalmente porque os valores econômicos jamais podem se sobrepor à vida humana.
Então com esse conteúdo oferecemos a você a partir de si, avaliar qual nosso papel nesse contexto social as limitações que temos no momento de decidir sobre um bem que é nosso e que é gerenciado pelo governo. Principalmente rever nosso comodismo diante dessa conjuntura política que vivemos. É importante ainda valorizarmos a eficiência de quem prova ou já provou saber governar e administrar recursos públicos só assim podemos estar sofrendo os reflexos de forma positiva do projeto Juruti. Termos ainda coerência da importância de que governar para quem está na política deve ser matéria prima de vida, porque desse governante dependem milhares de pessoas, de nada vai adiantar termos um Município rico e um povo delegado a viver na pobreza, onde o dinheiro passe a ser guarda chuva para uns e frio e sofrimento para outros. Juruti só dará realmente passos longos para o desenvolvimento se cada pessoa sentir em seu lar os reflexos dessa riqueza. Mais neste caso você que reside em Juruti sabe se esta sentindo esses resultados positivos ou negativos na sua vida. Caso a resposta seja não! Quem é o culpado de tudo isso.É certo que as transformações estão acontecendo, agora em que sentido

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